Chutes Poéticos

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Location: Porto Alegre, Brazil

Um índio!!!

Tuesday, January 20, 2009

Caos

Ah, nessas noites de verão
Meu suor misturado ao teu
Meus olhos dentro dos teus
Os braços, as pernas
As mãos, os dedos
Tudo fervendo, queimando...

(Momento de tensão...)

A chama se espalha!
Já não se contenta
Em queimar o quarto
E parte aflita em direção à rua!
Nós voamos com êxtase
E depois cansados
Alcançamos o ponto mais alto
Do nosso mundinho...
Assistimos ao desastre
Ecológico que causamos
Depois nos amamos
Com fúria nos amamos
Sorridentes queimamos
Com deleite morremos...

Thursday, November 13, 2008

Cale-os

Ô Chacrinha!
Se isto não é um galinheiro
Não sei mais o que é!
Bastou o estopim
Ou uma buzina em seus ouvidos
Para que prontamente começassem!
Disparam com suas máquinas
De falar merda para todos os lados!
Meu Deus!
Cale-os! Cale-os!

Angústia

A angústia e suas águas sujas
Me afogam diariamente.
Tento em vão voltar à superfície
E se não fossem as pedras
Talvez até conseguiria.
Não peço que me salvem
Só peço que não me joguem ainda mais fundo
Nessas águas imundas
e já amplamente conhecidas...
Essas palavras, esses atos
Poluem ainda mais essas correntes podres.
Como libertar-me? Como voltar à tona?
Essas perguntas que também não servem para nada!
Não consigo abstrair, amigo
E nem imaginar-me longe daqui.
Eu tento, antes isso...
Melhor que aceitar
E pensar que faço parte
Daqueles que nos sufocam.

Saturday, September 06, 2008

Fa Cu

Trancado nessa casinha
No alto do morro
Medito sobre as diversas formas
De fazer essas senhoras
Engolirem o que dizem

As asneiras que contam sobre outras pessoas
Suas experiências longas e nulas
Suas queixas tão dolorosas

Mas o pior são os moçoilos
E moçoilas que repetem tudo
Quanto as senhoras falam
Colocando-as em um pedestal
Feito de pensamentos pobres
Completamente infecundos...

Monumental

Gritos, urros
Os piores insultos
Pessoas chorando, cantando
Pelo sangue que já caiu nesse gramado

Os olhares atentos
Os braços levantados
Camisas e bandeiras tricolores
Fazem um espetáculo digno de teatro

Vinte e dois jogadores ao todo
Mas apenas onze guerreiros
Que dão a vida no campo
E desta história são herdeiros

Sou feliz com as três cores
Que me acompanharão até meu enterro
Se tricolor não fosse
Seria um perro

Sunday, August 17, 2008

Prisão Nº 1

A habilidade que tens
Para me enlouquecer
É algo inédito
E que me instiga profundamente
Será que tens um alvo no olhar
Ou uma flecha simplesmente?

O Resto

Com um salário desses?
Com uma vidinha dessas?
Só me resta a noite amigo!

Rios

Domino o vocabulário do seu corpo
Todas as suas gírias e linguagens ocultas
Mais do que o vocabulário
Domino a geografia
E todos seus vales, montes...
Mas mais importante que isso
(e mais excitante!)
É descobrir seus rios.

Monday, July 14, 2008

Prisão Nº 2

Tantas palavras, tantos sons
E eu completamente preso
Confundindo meus pensamentos...
Quero me soltar novamente
Acariciar de leve seus cabelos
Deixar cair minhas mãos em teus seios
Brincar no seu jardim...

Constatação

Como um cão atropelado
Um pássaro num fio elétrico
Alguém que pisa numa bomba
Um afogado, um asfixiado
Um drogado, um bêbado
Um suicida, um neurótico
Sinto que saio do meu corpo
Percorro os céus
E lá de cima
Não me reconheço mais.

Saturday, March 01, 2008

Indagações

Amor, se me desejas
Iluda-me
Calado como sou
Tenho as perguntas fixadas
Nos olhos
E imagino as respostas
Nos seus
Enquanto suspiro baixo
Palavras de amor

Friday, January 18, 2008

Para um antigo e eterno amor

Tu podes me querer como amigo
como irmão ou inimigo...
Mas prá mim tu serás sempre
a namorada que sempre quis
e nunca tive.